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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Novo esperma: mulheres poderão procriar sem precisar de homens

Da Agência Jornal do Brasil

Homens produzindo óvulos e mulheres fabricando esperma. A verdadeira troca de papéis no campo da reprodução pode estar mais perto da realidade do que se imagina. Na Inglaterra, um grupo de cientistas acaba de anunciar que conseguiu a proeza de fabricar espermatozóides, ainda numa forma primitiva, a partir de células tronco da medula óssea de mulheres. Enquanto isso, no Brasil, outro time de pesquisadores já é capaz de produzir tanto espermatozóides quanto óvulos de camundongos a partir de células tronco de machos.
A idéia, a longo prazo, é fazer o mesmo com seres humanos. Por enquanto, nenhuma das duas experiências permite a fertilização, mas os próprios cientistas admitem que este pode ser um dos passos seguintes, principalmente se a ética permitir. Caso os estudos sigam esse caminho, abre-se a possibilidade — tanto para um lado, quanto para o outro — de que a união de um homem e uma mulher, mesmo indireta, em laboratório, não seja mais a única forma de se perpetuar a espécie humana. Para resumir a história: casais de homossexuais poderiam, tranqüilamente, ter filhos biológicos.
As mulheres parecem ter saído na frente, pois foram as primeiras a produzir células reprodutivas do sexo oposto, a partir das células tronco da medula óssea. Porém, os espermatozóides resultantes do experimento ainda são primitivos, sem capacidade de procriação, por questões não só científicas, mas, principalmente, éticas. Em tese, caso a experiência evolua, em um casal de lésbicas, uma delas poderia poderia produzir esperma, que fertilizaria o óvulo da parceira.

Primeiro os homens — Apesar das mulheres estarem na dianteira, tudo começou com pesquisas feitas em homens, no caso da pesquisa inglesa. Em abril do ano passado, o cientista iraniano Karim Nayernia, da Universidade de Newcastle, conseguiu obter espermatozóides a partir de células-tronco masculinas. O experimento foi publicado na revista acadêmica “Reproduction: Gamete Biology”, enquanto o cientista já anunciava a futura tentativa de se fazer o mesmo com mulheres.
Com o sucesso da nova experiência, a expectativa agora é que o cientista iraniano obtenha autorização ética para realizar um processo celular denominado meiose, que faria os espermatozóides se tornarem maduros o suficiente para a fertilização.
No Brasil, um grupo de pesquisadores da Clínica e Centro de Pesquisa Roger Abdelmassih, em São Paulo, liderado pelo casal de russos radicados no Brasil Alexandre e Irina Kerkis realiza um experimento com camundongos. Pela primeira vez, eles conseguiram produzir tanto espermatozóides quanto óvulos em uma mesma experiência.
A pesquisa, caso fosse feita com humanos, beneficiaria não só casais heterosexuais com problemas de fertilidade, mas também casais homossexuais masculinos, já que seria possível a produção de óvulos sem a participação feminina. Mesmo assim, nesse caso, as mulheres continuariam imprescindíveis, pois ainda seria necessário o ventre materno para gerar uma criança. “Nossa pesquisa não tem a intenção de privilegiar casais homossexuais, e, sim, de contribuir para resolver problemas de fertilidade em seres humanos. Mas é inegável que uma das conseqüências pode ser a possibilidade desses casais poderem gerar filhos biológicos”, observa o especialista em reprodução Roger Abdelmassih.

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